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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Alimente esta (e outras) ideia(s)

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O banco alimentar está de volta, este fim-de-semana, dias 28 e 29 de Novembro, há pontos de recolha de alimentos espalhados por todos os hipermercados do país. Fora estes dias é possível continuar a fazer donativos online em www.alimentestaideia.net, até 6 de Dezembro. No site é possível seleccionar a quantidade de produtos a doar, escolhendo entre azeite, óleo, leite, atum, salsichas ou açúcar. Esta iniciativa mais uma vez promete trazer um bocadinho mais de conforto a muitas famílias portuguesas mais carenciadas.

Pena é que estas causas apenas tenham a receptividade da sociedade em época natalícia. Só numa época de consumismo em que as pessoas fazem filas para pagar e embrulhar presentes se lembram que talvez hajam outros que não têm esse luxo. Há famílias que nem o que pode ser considerado teto têm sobre as suas cabeças. Só quando chove torrencialmente é que nos lembramos dos pobres sem abrigo que vagueiam pelas ruas com este frio, enquanto nós só queremos correr para o nosso sofá em frente à lareira. Eu que sou estudante penso sempre que para muitas famílias a altura do ano em que o cinto mais aperta é no regresso às aulas, com livros (principalmente), materiais, roupa, cantina. Precisamos de olhar mais à nossa volta com olhos de ver e apoiar também no resto do ano outras iniciativas igualmente solidárias. Cá por casa doa-se roupa à vizinhança aquando da vistoria ocasional aos armários, um pequeno gesto que para muitos faz a diferença.

 

 

O filme a não ver com avós desbocadas

Este domingo aproveitei que os canais TvCine estavam em sinal aberto para ver o filme "Bem vindo a Nova Iorque". A história é inspirada pelo escandalo sexual de Dominique Strauss-Kahn, o ex director do FMI, que em 2011 violou uma funcionária de um hotel em Nova Iorque. As primeiras cenas mostram a promiscuidade do francês. Quando chega ao hotel são muitas as cenas com amigos à volta de uma mesa de bebidas e muitas "meninas da vida". Logo na primeira cena mais gráfica da coisa a minha avó muito indignada "este filme num presta", "tu deixas a tua filha ver estas coisas?". Como se eu não tivesse 21 anos, a ingenuidade das avós é fantástica. Depois saem as meninas e achei que acabava por aí. Tá bem tá, logo a seguir entram mais duas a interagir uma com a outra e tal e o gorducho a ver "elas são quê? "lébicas"? Isto num presta vou pra cama", "coitadas duas novas com aquele velho, também não têm uma vida fácil". Não sei como mas a minha avó lá aguentou pela metade do filme "ah pensei que ia ser sempre aquilo", tive de lhe explicar que aquilo era o contexto pra a história em si do escândalo. Só hoje ao almoço, de rompante, me perguntou "e o outro foi preso?". Passados os típicos segundos de tentar descobrir de que parte do céu caiu aquela pergunta lá cheguei e respondi "não", e ela "NÃO?", e eu "nãoooo", depois "ah quem tem dinheiro regala-se é como o Sócrates". A minha avó é como uma ostra, só me dá pérolas.

 

 

#PrayforParis

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As notícias da tragédia começaram a chegar sexta-feira à noite a prometer mais horror pela noite dentro. As pessoas estão descontraidamente a desfrutar de um concerto ou a relaxar num jantar com amigos ou numa saída para tomar uns copos com amigos e de repente, no meio do caos, muitas delas têm de lutar pela vida. Apenas 10 meses após o ataque terrorista ao jornal satírico Charles Hebdo a França volta a estar de luto. É assustador pensar que já não há segurança fora das quatro paredes das nossas casas. A qualquer momento podemos tornar-nos vítimas de guerras cujas circunstâncias são completamente alheias a nós.

 

Rapidamente começam a surgir comentários xenofóbicos em relação aos refugiados sírios. Por toda a Internet, incluindo em Portugal a hashtag #FechaAsFronteirasPortugal chegou ao top do Twitter, há quem use em apoio e há que muito bem a mencione para realçar a ignorância e estupidez de alguns portugueses. Se ocupassem o seu tempo a teclar as suas condolências à França e aos familiares e amigos era tempo mais bem gasto. Sim, foi encontrado um passaporte junto ao corpo de um dos terroristas, mas ninguém garante que este homem sem escrúpulos não usou deste disfarce para passar despercebido nas fronteiras e cometer estes actos hediondos. Entre os suicidas estava um francês, qual era a desculpa para as suas motivações. O que as pessoas têm de perceber é que nem todos os devotos do islamismo são extremistas. Quando estive em Erasmus conheci muitos turcos melhores do que muitos portugueses, pessoas muito simpáticas, amáveis, generosas, boas de coração. Uns mais devotos que outros, é claro. Duas das raparigas estavam muito gratas (não deveria ser esse o sentimento, penso eu) por respeitarmos a sua religião, por eu e a minha amiga sermos das poucas pessoas que falavam e eram amigas das raparigas de burka.

 

 Não é só a Síria que está debaixo de fogo, está visto que a guerra chegou à Europa. A guerra há muito deixou de ser uma situação irreal quando nos começa a bater à porta. Quando o Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques terroristas apelou claramente a quem não pudesse combater no sue país para continuar a participar nestas ações hediondas por toda a França. Tenho a certeza que estaremos mais vezes em solidariedade com o país.

Na minha condição de fugitiva de mim mesma

Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

 

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É neste blog, num espaço adimensional que vou procurar fugir das expectativas e constrangimentos sociais. O ser humano nunca consegue atingir a plenitude do que é ou do que pelo menos pretende ser devido ao medo causado pela vida em sociedade. Nunca paramos pra pensar mas as nossas ações giram em torno do que supomos ser a imagem que passamos para os outros, e com medo de sermos ridicularizados fechamo-nos em nós próprios. Eu queria ser a rídicula que anda de guarda-chuva só quando está nevoeiro porque a humidade da-me cabelo de vassoura, mas olho pra quem passa por mim na rua e volto a fechar o meu guardião capilar. Sinto-me insensível quando estou no cinema a ver um filme supostamente comovente, "A culpa é das estrelas" e está toda a gente a chorar menos eu, ou quando adormeço a ver os Vingadores e espero ninguém ter reparado, ora porque é um bocadichichinho vergonhoso. Mas no fundo só me quero rir a pensar "A queima tá a dar cabo de mim", mais um momento para a coleção. Nem pensar em cantar em público, porque partia vidros e espelhos à minha volta e já basta ser sexta-feira 13, mas quando estou sozinha sou a Beyoncé modo playback (mas de qualquer modo ela é sempre a minha Queen B). Por isso decidi que este ia ser o meu espaço de teclar o que sou sem filtro. Sou a única pessoa que me pode aprisionar em mim e não vou deixar que aconteça, afinal aqui quero e vou ser mais Eu.