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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Demasiado cedo

Ontem casou-se uma colega minha dos tempos de escola, tem a minha idade, 22 anos. Foi a minha avó que me deu a notícia através da rede vizinhança (funciona á velocidade da fibra óptica). Não sinto que seja o início daquela fase na vida de todas as mulheres em que toda a gente que conhecem lhes pergunta quando vão casar, ainda estou muito longe disso. A grande diferença entre nós é que eu ainda estudo, ainda me estou a tornar em quem quero ser. Vou começar em setembro um mestrado, ela começou uma família. Por mais velhos que sejam alguns dos meus colegas universitários estão bem longe do altar. Nesta altura ainda não temos uma vida estável para avançar para um nível que não se centre só em nós próprios. Essa rapariga não tem um curso superior, tem um curso profissional, trabalha com crianças e idosos, também já foi caixa num supermercado. Nunca saiu muito do lugar onde crescemos e não acredito que o futuro também saia muito desta esfera, já eu não sei para onde a vida me pode levar. O casamento é o tipo de argumento que vão usar quando eu me estiver a comportar como uma criança. Sim, porque apesar da idade e de cumprir bem as responsabilidades que cada vez mais tenho ainda me sinto como uma adolescente, ás vezes tenho de me mentalizar que não tenho 17 anos... ou menos. Ontem na festa aqui da terrinha até comi um algodão doce e fui galanteada por um rapaz dessa idade.  

E pela Síria ninguém #prayfor

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Sempre haverá países de primeira e de segunda. Ninguém se interessa pelos sírios, excepto quando cruzam os nossos mares e chegam á Europa, aí são refugiados e vítimas, vindos de onde para trás só ficaram terroristas. Naturalmente somos mais sensíveis ao que nos está mais próximo, o que não é compreensível é apesar disso sermos indiferentes a uma tragédia semelhante por se passar onde a nossa vista já não alcança. 

 

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Um ataque aéreo dos EUA matou cerca de 70 civis sírios, entre os quais pelo menos 10 crianças. Os países ocidentais mascaram-se de desenvolvidos e democratas quando no fundo também não passam de terroristas. Depois a Europa pergunta-se que mal fez para sofrer tanto, são as represálias. Mas Deus nos livre de ousar pensar mal de quem apenas tenta acabar com a guerra dizimando os sírios. Igual tratamento está fora de questão, não hã hashtags nem filtros nas fotos de perfis das redes sócias em solidariedade com os civis sírios. O terrorismo não é um problema exclusivamente europeu, é mundial, com ações de parte a parte, sem fim à vista. Não vai acabar enquanto não se perceber que a guerra não é feita para alcançar a paz. 

 

 

Nem as modelos escapam

A Sara Sampaio está a desfrutar de umas férias de sonho, num destino paradisíaco e tem partilhado as fotos do seu descanso nas redes sociais. Adoro a Sara, para além de linda é muito inteligente, pé no chão e agora colhe os frutos do seu trabalho árduo, leva na bagagem o carinho, admiração e respeito de portugueses como eu. Um comentário não tão elogioso, acompanhado por uma resposta bem páh, dá direito aos portugueses em peso a apoiarem a modelo.

 

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Não acho que fosse um comentário maldoso ou em tom de critica, foi uma observação que constata um facto, para mim nem precisava do comentário da Sara. Ela assume-se confortável e segura de si mesma e isso chega. Tem as mamas pequenas, e daí se até eu tenho o triplo, mas só o rabo dela dá dez a zero ao meu corpo todo. É a ironia dela ter mamas pequenas e ser cara da mais famosa marca de lingerie do mundo, quase todas as outras modelos também são umas tábuas e estão lá. Independentemente das marcas que representam esse é apenas mais um requisito. Para além de que é raro uma mulher magra ter mamas grandes, no corpo geralmente tudo acompanha a mesma proporção. O que fazer quando se critica tanto o uso de photoshop por passar uma imagem irreal do corpo (mesmo quando sabemos que é tudo produzido) mas ao mesmo tempo se apontam falhas e defeitos a todos que já nem as modelos se safam. Devemos todas temer o uso do biquíni na praia este verão? É um favor ao restante universo feminino as modelos não serem consideradas perfeitas em tudo, são só humanas.

Abstinência de Game of thrones dá nisto

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Game of thrones é talvez a minha série preferida de sempre, acabou há duas semanas e eu ando órfã por não ter o show às segundas feiras. O subconsciente trabalha de forma enigmática, essa falta da série afetou-me mais do que tinha percebido. Ontem sonhei com GoT, num misto de fantasia e realidade, eu não estava a ver cenas da série, eu era uma personagem. Joffrey era rei, estava todo esparramado no trono, rodeado pelos matulões da guarda real e eu lá no meio. Não sei que leis sucessórias medievais faziam de mim uma ameaça na usurpação do trono, mas por esse motivo ele mandou que me matassem na hora. Milagrosamente fugi, e agora no mundo real, a ser perseguida corri para casa da minha tia e tranquei tudo o que era porta e janela em tempo recorde. Da mais alta janela olhei para baixo e vi as tropas bem alinhadas, com direito a estandarte e tudo, como se estivessem preparadas para a guerra. O pânico invadiu-me e daí,  sem saber como, voltei para o cenário fictício. Estava numa espécie de masmorra com a Cercei, o Tywin e outras duas ou três caras de que não me lembro. Encostada a uma das paredes estava uma generosa carga de barris de fogo vivo. A Cercei caminhou naquela direção, com uma tocha acesa na mão a dizer que nos ia purificar, eu pensei logo que íamos morrer todos, mas os outros ficaram muito impávidos e serenos como se fosse uma ideia razoável. Mal a chama contactou com o liquido viscoso verde fomos todos pelos ares. E acordei, só penso que a morte pela explosão é um paralelismo com o calor insuportável dos últimos dias, anda-me a fritar o cérebro todo.

Campeões europeus ... outra vez ... e outra ...

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Este fim de semana foi o hóquei em patins que elevou o nome do nosso país, 18 anos depois somos novamente campeões europeus. O campeonato decorreu em Oliveira de Azeméis, como de costume numa modalidade que não o futebol, com relativamente pouco alarido, infelizmente Portugal tem destas coisas. Confesso que a maior parte da prestação me passou ao lado. O Presidente da República dará aos hoquistas o igual tratamento dos futebolistas, também serão condecorados, à semelhança do que tinha acontecido com as atletas medalhadas no europeu de atletismo. Noto esse maior esforço presidencial em trazer igualdade para o desporto nacional, mas ainda falta os portugueses fazerem mais.

 

Este mês os portugueses têm obtido resultados fantásticos no desporto. No atletismo trouxemos para casa seis medalhas, três de ouro, uma de prata e duas de bronze, na melhor participação portuguesa de sempre. Seguiu-se a celebração da conquista do título futebolístico a que nem os ermitas escaparam. Teresa Bonvalot é campeã europeia de surf na categoria júnior. E ainda estamos na corrida para outro título, a seleção portuguesa de futebol de sub-19 vai defrontar a França (aqui também, que sina a nossa) nas meias-finais. Fora outras conquistas este ano, como o título europeu em futebol de praia e em sub-17, entre tantas outras que nem consigo nomear. Europa faz-nos um favor, poupa o nosso tempo e o teu e desiste logo, dá-nos o título porque este ano é nosso para limpar tudo.

 

#PrayforNice

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Em França, o Dia da Bastilha, o principal feriado que comemora o maior marco da revolução francesa, acabou num banho de sangue. O país foi vítima de mais um ataque terrorista, desta vez em Nice. Enquanto a população assistia ao fogo de artifício um camião, carregado de armas e explosivos, avançou sobre a multidão varrendo tudo à sua frente e disparando tiros. O condutor suicida era natural da cidade, de origem tunisina foi abatido. Há cerca de 80 mortos e dezenas de feridos, entre as vítimas estavam muitas crianças. Uma das imagens que certamente marcarão o ataque é a foto de um corpo de uma criança devidamente coberto, com um nenuco ao seu lado.

 

Infelizmente não é raro e já muito se tem escrito e debatido o terrorismo na Europa, principalmente na França, o país mais sacrificado. Não creio que haja muito mais a acrescentar, menciono o assunto para lamentar o ocorrido, condenar estas ações e do pouco que serve mostrar solidariedade para com todos os afetados e os que estão a sofrer. A triste realidade é que somos impotentes para fazer algo e tudo o que podemos dizer vai perdendo o sentido. Os golpes são sucessivamente desferidos ainda com as feridas abertas, a cura não é possível, apenas vai dando para sobreviver.  Ontem o país não dormiu e o mundo que na ignorância dormia deparou-se com mais uma história de horror. A partir de agora este dia será mais para recordar o luto desta madrugada do que celebrar. A França é forte e continua de pé, mesmo que não se perceba muito bem como.

 

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Acordo em desacordar

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O novo acordo já não o é tanto assim, já entrou em vigor há muito mas ainda nem todos o aplicam. A maior dúvida no exercício da minha escrita é a revisão ortográfica. O acordo por vezes é estranho mas vai-se entranhando, a regra dos "c" e "p" mudos é bastante fácil, as minúsculas para os meses do ano e estações também. No que toca à acentuação é que a porca torce o rabo, confunde-se o "pelo" com "pêlo", o "veem" e "vêem" porque agora escreve-se tudo sem os acentos, mas diz-se de maneira diferente. E se a hifenização já era duvidosa agora é ainda mais, para mim continua a ser um totoloto. Certamente com o tempo e a leitura a coisa vai ao sítio. O corretor do sapo é que não tem sido muito prestável ao manter o acordo antigo. Eu que ainda não atinei completamente, fico-me pelo meio termo, decidi aderir às regras que mais me convêm.

Desta vez o touro levou a melhor

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O país tem estado assoberbado com a vitória da seleção, o antes e depois ocupa todos os meios de comunicação e o coração de todos os portugueses. Não houve muito espaço para noticiar a morte do toureiro Víctor Barrio, aos 29 anos, neste sábado após ter sido colhido por um touro, em Teruel, na vizinha Espanha. Quem toureia sabe bem o risco que corre ao enfrentar um animal corpulento, este de 500 kg, com chifres pontiagudos, que atingiram mortalmente a aorta e um pulmão, pouco havia a ser feito, portanto. Vi o vídeo, achei demasiado chocante para reproduzir aqui, já chega estar muito acessível na internet.

 

Este caso foi não só amplamente noticiado pela morte de Víctor, transmitida em directo na televisão, como pelo acender a discussão pelos direitos dos animais. Sou completamente contra as touradas, não considero tradição, não se enquadro nos desportos, nem acho que seja um espectáculo ou forma de arte, porque nestes não se sacrifica o bem estar de qualquer ser vivo. Para mim é uma barbaridade, uma coisa tão primitiva que ainda não compreendo como consegue perdurar nos dias de hoje. Infligir sofrimento nos animais por entretenimento é apenas uma violenta demonstração de força, e violência não merece espectadores, torcida ou aplausos.

 

É triste, perdeu-se uma vida e a morte é sempre de lamentar, se as circunstâncias para muitos não são moralmente aceites não significa que se ache o desfecho merecido e justo. Muitos defensores dos animais encheram as redes sociais de insultos ao toureiro e à família, isto também é deplorável e condenável, quem respeita o sofrimento dos animais não deve ser hipócrita ao ignorar a dor e sofrimento dos que choram quem cedo parte.

 

Muitas vezes se argumenta que o animal está indefeso, este foi bem capaz de se defender, o que não iliba o único culpado, o Homem. Lorenzo é o touro assassino e manda o costume acabar com a linhagem, devendo-se abater a mãe. Na redes sociais surgiram logo campanhas para salvar a Lorenza, e impedir o ritual pela perpetuação do derrame de sangue, não tivesse a fêmea ter sido encaminhada para o matadouro antes da tourada. A nova polémica terminou ainda antes de começar, mas o assunto está por acabar. A discussão do tópico continua com a medida de forças dos lados opostos, enquanto a tauromaquia vai perdendo força e apoiantes mas continua a perdurar.

Muito mais que um capitão

Não é coincidência

 

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A grande estrela da nossa seleção é Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo, obviamente representa uma ameaça para quem quer que lhe apareça pela frente. Se num encontrão mágico ele sai lesionado que ninguém me convença que foi por puro acaso, uma entrada tão forte logo aos oito minutos de jogo foi logo para deitar o capitão por terra. Vergonhoso foi não ter sequer consequências para a França. Mas Portugal não cai sem dar luta, não desiste fácil e Ronaldo levantou-se, e tentou lutar por duas vezes mas não conseguiu, foi substituído pouco tempo depois. Aquela traça que pousou na cara de Ronaldo foi a metáfora do beijo de uma nação, um toque de conto de fadas quando maus presságios se aproximavam. Enquanto ele era transportado de maca para fora do campo, em lágrimas de dor, mas principalmente tristeza e desilusão por não ter feito mais por nós no momento mais importante para o futebol português, tinha onze milhões de portugueses com o coração apertado por ele. Foi o impulso que a equipa precisava para dar tudo de si, em campo ficaram os que jogariam pelo país, pela pátria, pelos portugueses e pelo seu capitão. Provamos a todos que Portugal tem Ronaldo, mas não é só ele que faz as nossas vitórias, a nossa seleção é uma equipa. Não chegou ter tirado o nosso número um da frente, estavam lá onze milhões. Se é vergonhoso uma seleção nojenta que não joga nada chegar à final, pior ainda é perder contra ela quando de crista no ar se tinha a vitória como certa. A nação valente fez história e comeu o galo.

 

Ronaldo foi impedido de continuar nas quatro linhas mas continuou a ser decisivo fora das quatro linhas, foi um treinador adjunto. Nos momentos finais, mesmo lesionado não parou quieto, fez tudo o que pode e mais não lhe pode ser exigido.

 

 

 

Ronaldo disse que este era o titulo que lhe faltava mais para o país do que para ele. Quem critica a centralidade e destaque dado a Cristiano nas celebrações, por ter levantado a taça,  por ter recebido créditos tendo jogado menos de meia hora esquece-se que um capitão não está só em campo, é quem incentiva, motiva, encoraja, guia, fortalece, luta. Vai ficar na memória o momento em que Ronaldo chamou Moutinho para bater o penálti, que ele tanto receava, isto é de capitão. Para nós ficou o mote, já é certamente o meu.

 

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mas a verdade é que SOMOS CAMPEÕES EUROPEUS (ainda não acredito).

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