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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Abomino os reality shows

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Eu odeio, simplesmente odeio os reality shows da TVI, não há coisa que mais abomine na televisão portuguesa. Com o passar dos anos as minhas preferências foram-se voltando para o canal vizinho ou tv cabo. Mas há coisas das quais não se consegue fugir. Durante a semana a internet andou tremida, no fim de semana levo com tudo o que perdi nos últimos dias. Isso inclui as notícias e alguns posts que li no Sapo sobre Secret story.

 

Já vi aquele vídeo da apresentação do concorrente que é líder da JSD do Marco de Canaveses. Em jeito de parênteses, realmente é cá com cada personagem que não admira que a pipoca meta o Marco à baila de cada vez que pretenda satirizar alguma coisa. Diz o jovem (não sei sequer o nome do dito cujo, tal a sua relevância) que a sua intenção é quebrar o estereotipo do tipo de concorrentes destes programas. O rapaz mal abriu a boca e a coisa deixou de abonar muito em seu favor. A coisa mais flagrante é não saber de que se trata a sua licenciatura, um aluno de décimo ano sabe de certeza. Filosofia não é acerca das pessoas (passou a saída de psicologia na autoestrada da vida), é acerca de problemáticas, de levantar questões sendo que muitas delas não têm resposta, o que inclui as dúvidas existenciais, ensina a pensar logicamente e a argumentar. Plim, na ignorância já foi marcado o visto, com o tempo se calhar virão os outros pontos da check list, eu não vou ficar para ver.

 

Setembro é o meu ponto de viragem

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Setembro é para mim o mês de maiores mudanças, qual ano novo qual quê. Muitas pessoas voltam ao trabalho, eu volto ao estudo. Já é entusiasmante começar um ano letivo, mas esta semana comecei um novo ciclo de estudos, numa universidade diferente na cidade que já me é familiar, com caras novas, professores e colegas. Volto a ter horários, a criar uma rotina, gosto da organização e planeamento que esta nova fase implicam, de voltar a ser mais dona de mim mesma. Falei aqui do que esta nova fase significa para mim, do novo fôlego que ia ganhar.

 

Tive uma aula em que saí mais confusa do que o que entrei. O funcionamento das coisas é muito dinâmico e claro que tudo está organizado para nos tornarmos auto-suficientes. Isto é bom, assusta, como tudo o que é novidade, mas crescer é isto mesmo, só quer dizer que estou a viver a minha vida como é suposto. Logo no primeiro dia surgem os problemas, não dependem de mim mas calhou-me. É a universidade que ainda não acordou e faz as coisas meia a dormir. Tenho duas aulas sobrepostas, uma obrigatória, outra opcional, os horários não serão ajustados, fui gentilmente obrigada  a fazer inscrição a outra cadeira entes que o prazo acabe e eu tenha de pagar por isso. E o tempo extra que pensava que ia ter, porque ah e tal, são menos aulas há cursos em que são só ao fim de semana, nã nã ni nã nã, são aulas de manhã e de tarde todos os cinco dias da semana e os furos são para me enfiar no laboratório para uma prática de qualquer disciplina. Ainda ando às aranhas, meia perdida pelas ruas, sem saber ao certo o que está em cada esquina. Não estou sozinha nestas situações. E as saudades da mudança compensam e justificam tudo. A vida é mesmo resolver os percalços que nos aparecem, cumprir prazos, carregar responsabilidades e obrigações, pelo meio procuramos construir a nossa felicidade.  

 

Com a casa às costas

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 Hoje a minha viagem para Coimbra foi mais ou menos assim.

 

Ontem o dia foi intenso e trabalhoso, tive de reunir, preparar e arrumar tudo para levar para a faculdade. Hoje estava a ver que eu é que não cabia no carro. Foram tantas as tralhas a trazer, roupa e calçado de verão e algumas das coisas mais grossas de inverno, roupa de cama também para as duas estações, toalhas, panelas e loiça, pequenos eletrodomésticos como portátil, secador, televisão, aquecedor, ..., trouxe tudo, só faltou o gato. É quase mudar uma casa para dentro de um quarto. Isto já é muito para uma pessoa "normal", para mim então que tenho a mania de que preciso tudo e mais alguma coisa, carrego a casa toda de viagem, é uma enormidade. Foram horas de limpeza e arrumos. Hoje descanso porque amanhã começa outra canseira.

 

O regresso às aulas

 

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Quando eu andava na primária até quase à secundária os dias que antecediam o regresso ás aulas eram os meus preferidos, significavam compras de material escolar. Claro que é uma alegria para os filhos a que os pais não acham piada nenhuma. Como se os livros já não fossem um balúrdio há uma longa e específica lista de objetos, ditos essenciais, para no final do ano só terem sido usados um punhado de vezes. Já  eu folheava o catálogo de compras como uma criança faz com o de Natal para escolher os presentes, já fazia a minha lista mentalmente. Na hora de passear o carrinho pelos corredores de supermercado perdia-me num mundo onde mal via o fim. Os artigos de papelaria sempre fizeram as minhas delícias, principalmente as canetas coloridas, faziam sempre dos meus cadernos os "mai" lindos da turma. Encapar os livros, fazer as etiquetas para colar em cada um dos lápis de cor, encher o estojo com tudo e mais alguma coisa eram tarefas tão prazerosas. Talvez não só pelo processo em si, mas pelo que significava aquele início, o rever dos amigos e colegas após longas férias. Que saudades desses tempos.

 

Durante esta semana em que fui passando pelo hipermercado comprei as poucas coisas de que precisava, duas recargas de folhas pautadas, duas capas de arquivo, um caderno A5, borrachas e afia tipo balde (sim sou esquisita, não quero fazer sujeira nem ter de me levantar para afiar), e mais nada, nadica de nada. Ai (suspiro), a tristeza de ser uma pré-adulta. E lá estava uma secção cheia de miúdos a tentar despercebidamente enfiar no carrinho aquele caderno da Elsa ou a lancheira do Mickey que os pais recusavam, enquanto estes tentavam pegar em todos os itens da lista para fugir o mais rapidamente possível. Pelo ar pairavam ameaças de "quando chegarmos à caixa vamos ver o que levas aí" e "ou levas este ou não levas mais nenhum". Nunca fui pedinchona por marcas, qualquer coisa me servia desde que achasse bonito, não corria atrás das caras dos bonecos como as crianças de agora, o merchandising da Disney enraíza-se de tal maneira nos pequenos que secam a carteira dos pais.

Parabéns bichano

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O meu gatinho (para mim é sempre gatinho), Caramelo, fez ontem cinco anos. Bem, eu atribuo esta data como a do aniversário, mas na verdade este é o dia em que ele chegou aqui a casa para fazer parte da  família, quando foi resgatado da rua por uma senhora conhecida. Passou o dia na vadiagem, como de costume, só pára em casa para abastecer e lá vai outra vez passear. Ele é um gato, já não brinca, por isso o único "presente" possível é uma comidinha mais especial. Anteontem trouxe um presente aos donos, o fruto da sua caçada, um ratinho, escusado será dizer que não foi muito bem recebido aqui em casa, depois acabou por fugir lá para fora. Fotos só mesmo como esta quando o apanho em casa a dormir.

 

Anónimos deem a cara

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Eu adoro escrever e ler blogs, às vezes quero alargar o meu espectro de leitura. O sapo blogs é muito mais do que uma plataforma da blogosfera, é uma comunidade, uma rede. Há muitas ferramentas que nos dão a conhecer blogs da casa que nos passam despercebidos, seja pelos destaques, mais lidos, últimos posts, ou as pesquisas que ajudam-nos a encontrar aquele post ou blog que visitamos mas já não sabemos como lá fomos parar. Às vezes também me basta gostar de um comentário ou do tipo de escrita para querer ir espreitar o perfil dessa pessoa, para ver como é o blog, se me interessa subscrever. A maioria das vezes dou por mim barrada à entrada com um perfil privado. Mas que raio, quem tem blog, se o tem é para ser lido, porque tem alguma coisa para partilhar com o mundo e espera receber algum feedback, positivo, negativo, de concordância ou discordância. Sapinhos anónimos, deem a cara, abram-se ao mundo.

 

Fazer piada da desgraça alheia

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"Sismo à italiana" é o cartoon do polémico jornal satírico Charlie Hebdo que está a enfurecer os italianos a indignar o resto do mundo. Às vítimas são atribuídos nomes de pratos típicos, o homem ensanguentado é legendado como penne com molho de tomate, a mulher com o rosto queimado é descrita como penne gratinado, e o pior é quando a sátira atinge às vitimas mortais, numa alternância de camadas de escombros e pessoas, foi-lhes dado o nome de lasanha. 

 

Isto é uma provocação, é simplesmente insensibilidade e desrespeito pela dor e sofrimento alheio, é macabro demais para ser considerado humor. Ninguém gozou quando o jornal francês sofreu um ataque terrorista em janeiro do ano passado. Todos juntaram as suas vozes em defesa da liberdade de expressão, porque criticar muçulmanos, refugiados e negros é muito aceitável, e resultou tão bem que o jornal sentiu-se livre para gozar com outros mortos. Desta vez os ridicularizados são também vítimas, mas cidadãos europeus, aí é um caso à parte, os envolvidos na publicação passam a ser seres desprezíveis de corpos ocos, sem coração, que mereceram totalmente o ataque. Porque quando foram os colegas jornalistas que faleceram não foi feita nenhuma caricatura do caso. 

 

Infelizmente é esta a linha editorial do jornal, a controvérsia e polémica, que se sobrepõem aquela que deveria ser a principal característica, o humor, ainda que satírico. Eu considero haver três grandes tipos de humor. O humor para rir, com piadas mais banais que por isso acabam por ser engraçadas ou piadas apalhaçadas, que são exageradas, elaboradas ou tão destrambelhadas que é impossível ficar indiferente. O humor satírico, que alegadamente é o que o jornal segue, cuja ridicularização de uma pessoa, comportamento, situação,..., tem como objetivo incitar uma mudança. À sátira eu associo uma expressão latina Ridendo castigat mores (a rir se castigam os costumes). O que é que se poderia a satirizar nesta situação, a Natureza? Imprevisível, incontrolável e imutável. Não dá, a solução foi mesmo recorrer a uma técnica mesquinha e baixa para vender. O que me leva ao último tipo, o humor negro, aquelas piadas "coisas" (à falta de melhor termo) de extremo mau gosto em que mesmo muita gente pense, ninguém diz, ou quando raramente ditas são logo condenadas por quem as ouve, mesmo que tenha tido alguma graça, porque a boa índole assim o dita. Dito isto tenho a dizer que este cartoon reflete humor buraco negro, suga toda a resquícia parte de comicidade. 

 

Je ne suis pas Charlie porque nunca o fui, nunca poderia ter sido cúmplice deste tipo de atrocidade seja com quem for.

 

Aquele número no calendário

Sempre que começa um novo mês vejo por toda a internet frases que lhe dão as boas vindas, quase do tipo motivacionais ou religiosas. Muitas pessoas falam com o mês como se fosse uma espécie de Deus, nunca irá responder mas há crentes que nele depositam a sua fé em que o próximo conjunto de dias atenda as suas preces. Que o novo mês leve o antigo ("leve" mas para onde?), que os surpreenda (estão à espera de uma prenda de anos?), que traga felicidade, amor, sorrisos, e coisas boas em geral. Infelizmente em setembro os restantes portugueses regressam ao trabalho e aos estudos, estes motivos eram melhores para justificar uma virada da cara quando o mês começasse a passar por nós.

 

 

Qual é a panca? Isto acontece com os meses e as estações do ano, mas porque não repetir a proeza para os restantes dias da semana que não só a sexta feira, e então os dias, cada um é uma dádiva, cheio de possibilidades, pronto a ser aproveitado ao máximo. Será só um culto ao número um, a classificação vitoriosa, não sei, para mim é só mais um número no calendário. Isto parece-me ser só mais um dos muitos movimentos criados por quem não tem nada melhor e de maior conteúdo para dizer.