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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

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Acabou o meu tormento televisivo

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Já não é novidade o meu desagrado por reality shows, por isso agora estou um bocadinho mais contente. Acabou, depois do que me pareceu metade da minha curta existência Secret Story chegou finalmente ao fim, depois da promessa de um desafio final, para quê dizer que era o final quando se seguiram mais três (só foram quatro, bolas, pareceram sete ou oito). O índice de degradação da TVI caiu a pique e já torna o canal tolerável. Os pais já foram poupados de saciar a curiosidade dos filhos acerca do que acontece no reboliço debaixo dos lençóis nas imagens mostradas nos diários da tarde, já podemos mudar de canal tranquilamente sem o perigo de levar com uma bunda desnuda e siliconada colada ao ecrã, foi-se a inspiração para novos insultos, erros de português e argumentação oca, facilmente desacreditada. Por outro lado a taxa de adultos (já não são nenhuns adolescentes) nem-nem`s, nem estudam, nem trabalham subiu, prevê-se que o desemprego dure até à aparição do próximo reality show. Estas pessoas não são uma amostra representativa da população portuguesa. Voltou um bocadinho de decência ao canal privado.

 

Receção intimidante

 

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Hoje saí de casa com a mesma tranquilidade de quase todos os dias, de quem está a horas, aliviada por não chover. Chego à Praça da República e vejo agentes da polícia, de ambos os lados da estrada, entre eles dois metros de distância, trânsito cortado. Pensei que aquele podia ser parte do trajeto de uma manifestação. Senti-me quase como se estivesse a cometer um crime ao atravessar na passadeira com o sinal dos peões vermelho, felizmente nenhum dos muitos agentes se deu ao trabalho de me prender. No último degrau das Monumentais até prendi a respiração durante um segundo, mais e mais polícias, canhões apontados diretamente a mim, grupos de militares de postura rija e hirta, agentes das forças de intervenção armados até aos dentes. Foi quando me me lembrei do porquê de tanto aparato, começou hoje em Coimbra a visita oficial de dois dias do presidente grego. Fiz o trajeto até ao meu departamento acompanhada pelo único som que pairava no ar, o das minhas botas a bater no asfalto (esta deve ser muito provavelmente uma das sensações finais dos condenados à morte).

 

A meio da manhã começou a receção com honras de estado, a banda toca, desfilam dezenas de cavalos com exuberantes cavaleiros a preceder a frota automóvel topo de gama, ao longe mas ainda discernível vi o carro do Marcelo, pouco tempo depois o som dos canhões ecoa no ar. Durou tudo muito pouco tempo, foi bem maior o aparato. Acho que a cidade nunca se viu no meio de tanto protocolo presidencial. Eu safei-me, mas para muitos foi uma manhã caótica, o centro histórico estava uma fortaleza, como não estaria o trânsito. Aos estudantes de direito pedia-se os olhos bem abertos e apontados para o chão para não pisarem os presentes deixados pela cavalaria, o único vestígio que restou da calorosa receção.

 

Aparato a Mário Soares

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Morreu Mário Soares. Já estávamos preparados para isso, aliás até já se faziam brincadeiras de que seria a última personalidade a falecer em 2016. Ainda durante próximos dias, senão semanas, vamos continuar a ser bombardeados com a sua biografia e homenagens. Não sei muito sobre Mário Soares, eu ainda não era nascida durante a maior parte do exercício das suas funções políticas, quando fundou o PS, foi primeiro-ministro, colaborou para a entrada de Portugal no que é hoje a União Europeia, nem durante a maior parte do mandato presidencial. O que sei é que sinto e vivo todos os dias o contributo e conquistas da sua luta pela democracia no nosso país, à custa da sua própria liberdade. E isso é tanto que nos foi dado que só é justo retribuir-lhe ainda mais.

 

Dada a figura incontornável que foi na política no nosso país todos têm uma palavra de apreço a dizer. Mas por favor, quem não sabe do que fala que se cale. Nada me irrita mais do que ver nas redes sociais as pitas e putos do secundário a comentar que gostavam "bué" do Mário Soares, sem nem sequer às vezes lhe conseguirem associar o nome à pessoa, só porque toda a gente fala dele.