Bêbada de sono, ou será da falta dele?
Este blog tem estado negligenciado há algum tempo. Tenho uma nova rotina, a gestão das tarefas não começa por ser logo a melhor e demora sempre algum tempo a encaixar as roldanas todas, este espaço foi a peça que ficou de fora pelo funcionamento das restantes. As últimas semanas têm sido realmente exaustivas. Entre estudar aulas em português e completar com a bibliografia recomendada em inglês o meu cérebro entrou em curto circuito. Achei que seria bom manter-me afastada até deixar de precisar do Google para saber como se escreve "emissão".
Cheguei de rastos até ao fim-de-semana. A babar em cima do portátil na noite de sexta, já sem distinguir sonho e realidade entre uma piscadela e outra. Não deu para aguentar, quis fazer uma sesta. Há uns anos achava que isto era um desperdício de tempo, uma impossibilidade para mim dormir a meio da tarde ou noutra altura do dia por breves momentos só porque sim. Agora digo, na universidade é o salvador da saúde mental, 20 minutinhos chegam para me pôr nos trinques e sem moleza ao acordar. Pronto era só mesmo estes minutinhos que queria dormir, como nestes casos costumo ignorar o despertador do telemóvel e voltar a dormir pedi à minha mãe que me acordasse à hora marcada. Já devia saber que a minha mãe é muito incompetente neste trabalho quando me vê com olhos de asiáticos. Foi despertada duas horas depois, duas horas! Estava com um grogue de sono, num sonho meio lúcido a delirar.
A conversa de que me lembro foi mais ou menos assim:
- Eu vou ter fome.
- Não vais nada ter fome.
-Vou.
-Não vais, acabaste de comer.
-Acabei? Ah, ok, então não vou ter fome. E os slides foste tu que fizes-te?
-Fiz o quê?
-O PowerPoint.
-De quê que estás a falar? acorda, estás a sonhar.
A minha mãe comentou que nunca me viu bêbada, mas se tivesse visto de certeza que as figuras eram iguais.
Eu explico, amanhã vou ter cinco horas de aulas seguidas, com talvez duas pausas (se tiver sorte) para petiscar, saio às duas e meia da tarde e só depois vou almoçar. O teste está marcado três dias depois de toda a matéria ser dada, dois correspondem ao fim-de-semana, preocupa-me que o professor não disponibilize os sildes a tempo para estudar. E foi esta cabecinha a mil, sempre a pensar nos problemas que me levou aquele estado de loucura. Para não falar que fiquei piursa por não ter sido acordada quando queria. Mãe, estás dispensada de me acordar no futuro. É que eu estava tão cansada que entrei logo em sono profundo e o acordar mais suave de outra pessoa dá nisto, este misto que parece loucura. Tenho esta particularidade de que quando sou acordada às vezes falo a dizer tudo ao contrário do que realmente quero dizer, e pior, sem me lembrar de nada. Há tantos episódios de situações parecidas que me rendem um piadão. Da última vez foi o cash-flow da empresa do trabalho de gestão que era negativo e isso não podia ser e tinha de reduzir nos gastos. Por agora o meu sono está de volta ao normal, mas nunca se sabe quando perderá a razão outra vez.