Na minha condição de fugitiva de mim mesma
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
É neste blog, num espaço adimensional que vou procurar fugir das expectativas e constrangimentos sociais. O ser humano nunca consegue atingir a plenitude do que é ou do que pelo menos pretende ser devido ao medo causado pela vida em sociedade. Nunca paramos pra pensar mas as nossas ações giram em torno do que supomos ser a imagem que passamos para os outros, e com medo de sermos ridicularizados fechamo-nos em nós próprios. Eu queria ser a rídicula que anda de guarda-chuva só quando está nevoeiro porque a humidade da-me cabelo de vassoura, mas olho pra quem passa por mim na rua e volto a fechar o meu guardião capilar. Sinto-me insensível quando estou no cinema a ver um filme supostamente comovente, "A culpa é das estrelas" e está toda a gente a chorar menos eu, ou quando adormeço a ver os Vingadores e espero ninguém ter reparado, ora porque é um bocadichichinho vergonhoso. Mas no fundo só me quero rir a pensar "A queima tá a dar cabo de mim", mais um momento para a coleção. Nem pensar em cantar em público, porque partia vidros e espelhos à minha volta e já basta ser sexta-feira 13, mas quando estou sozinha sou a Beyoncé modo playback (mas de qualquer modo ela é sempre a minha Queen B). Por isso decidi que este ia ser o meu espaço de teclar o que sou sem filtro. Sou a única pessoa que me pode aprisionar em mim e não vou deixar que aconteça, afinal aqui quero e vou ser mais Eu.