#PrayforParis
As notícias da tragédia começaram a chegar sexta-feira à noite a prometer mais horror pela noite dentro. As pessoas estão descontraidamente a desfrutar de um concerto ou a relaxar num jantar com amigos ou numa saída para tomar uns copos com amigos e de repente, no meio do caos, muitas delas têm de lutar pela vida. Apenas 10 meses após o ataque terrorista ao jornal satírico Charles Hebdo a França volta a estar de luto. É assustador pensar que já não há segurança fora das quatro paredes das nossas casas. A qualquer momento podemos tornar-nos vítimas de guerras cujas circunstâncias são completamente alheias a nós.
Rapidamente começam a surgir comentários xenofóbicos em relação aos refugiados sírios. Por toda a Internet, incluindo em Portugal a hashtag #FechaAsFronteirasPortugal chegou ao top do Twitter, há quem use em apoio e há que muito bem a mencione para realçar a ignorância e estupidez de alguns portugueses. Se ocupassem o seu tempo a teclar as suas condolências à França e aos familiares e amigos era tempo mais bem gasto. Sim, foi encontrado um passaporte junto ao corpo de um dos terroristas, mas ninguém garante que este homem sem escrúpulos não usou deste disfarce para passar despercebido nas fronteiras e cometer estes actos hediondos. Entre os suicidas estava um francês, qual era a desculpa para as suas motivações. O que as pessoas têm de perceber é que nem todos os devotos do islamismo são extremistas. Quando estive em Erasmus conheci muitos turcos melhores do que muitos portugueses, pessoas muito simpáticas, amáveis, generosas, boas de coração. Uns mais devotos que outros, é claro. Duas das raparigas estavam muito gratas (não deveria ser esse o sentimento, penso eu) por respeitarmos a sua religião, por eu e a minha amiga sermos das poucas pessoas que falavam e eram amigas das raparigas de burka.
Não é só a Síria que está debaixo de fogo, está visto que a guerra chegou à Europa. A guerra há muito deixou de ser uma situação irreal quando nos começa a bater à porta. Quando o Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques terroristas apelou claramente a quem não pudesse combater no sue país para continuar a participar nestas ações hediondas por toda a França. Tenho a certeza que estaremos mais vezes em solidariedade com o país.