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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Voltei

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Estes dias em que estive fora foram passados, finalmente, na praia. Para mim as férias de verão, para realmente o serem, têm de ter praia à mistura muita ou pouca isso já é indiferente. Este ano a oferta da estadia em casa de uma prima afastada foi o pretexto para, após um longo período de separação, voltar à praia da Barra em Aveiro. É a minha favorita por todos os motivos que me fazem desfrutar desta forma de lazer. A areia é limpa e finíssima, o paredão de 1600 metros, onde os pescadores tentam a sua sorte, dá entrada para o porto de Aveiro. Como delimita parte da praia, torna o mar muito sereno após o paredão, o local ideal para os mais pequenos irem a banhos. Há muita oferta de restauração onde o peixe é sempre destaque nos menus. Muito comércio com cheiro a mar, para nos entretermos depois do almoço, em vez de nos alaparmos logo na areia. O que é preciso é ter cuidado com o sol, porque no primeiro dia uma caminhada de uma hora valeu-me dois tons de coxa, fiquei logo com a marca dos calções. A zona é bem ventosa, sobretudo à noite o frio é de rachar, mas a ideal para a pratica de windsurf e voos de parapente. E aquilo que eu não posso esquecer, que (quase) só há em Aveiro, me causa desejos recorrentes, a bolacha americana. Tirei bem a barriga de miséria, comi que me consolei, simples, com Nutela, chocolate branco e Twix, foram mais ou menos uma cerca de doze, e ainda uma tripa com ovos moles, provei pela primeira vez este ano e também adorei. São todas estas particularidades que atraem um número impressionante de veraneantes, ao fim de semana é bastante difícil arranjar lugar no areal para estender a toalha. Há coisas de que me lembro que mudaram, já não há as bancas dos ciganos a vender à entrada do paredão. O mercado ao pé da praia "encolheu", quando eu era pequena era uma espécie de tenda e parecia não ter fim tal era o atulhamento de gente e produtos têxteis e fruta, agora é um edifício em cimento quase vazio, visível de ponta a ponta.

 

 

Por estas bandas...

não se passa nada. O pessoal posta pouco, quando o faz e para dizer que está vivo, de férias ou ainda em SPF (stress pós férias). Eu só começarei a gozar de uns dias de praia no final desta semana. Estou por cá mas não tenho tido grande coisa a dizer (este é na realidade um post sobre o nada). No domingo, enquanto tomava banho, caiu-me a embalagem do gel de banho em cheio no pé, no dia seguinte tinha, e ainda tenho, uma nódoa negra que se estende entre dois dedos, mas não acho que alguém tenha interesse em saber disto ou ver o meu pé violentado. Não há grandes assuntos que movam as redes sociais, nem polémicas, nem novidades bombásticas, não há nada. Quer dizer os Jogos Olímpicos estão na ordem do dia mas não dão grande motivo aos portugueses para conversas.

 

Tenho um blogue há menos de um ano e nunca pensei sentir tanto a falta do movimento na blogosfera como agora. O que começou meio ás apalpadelas tornou-se um vicio maior e melhor do que qualquer rede social. Quando não escrevo leio e muito do que por aqui aparece. De uma forma ou de outra encontro-me no momento desprovida de material.

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O cão abandonado da minha rua

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Desde que me lembro pela minha pequena rua sempre se passearam muitos animais vadios, foram quase sempre só gatas. Mais recentemente há quatro que todos os anos têm ninhadas, infelizmente (ou não), poucos sobrevivem, há dois meses nasceram seis no total, só um continua por aqui. A estas juntam-se sete cães que andam sempre em matilha. Esta semana apareceu outro, segundo as vizinhas, as senhoras que sabem sempre tudo, o cão foi trazido de carro, numa caixa que foi colocada ao pé do caixote do lixo. Enquanto que os outros vadios o podem ser de nascença, como as muitas gerações de gatos, este foi abandonado, o que custa ainda mais. O cão é lindo, muito bem tratado, limpo e com o pêlo bem aparado, óbvio que agora está mais magro. Nota-se que muito afável, fica todo feliz de ver gente e não é só porque isso significa comida, ele quer mesmo brincar. Eu e outras vizinhas damos os restos de comida aos cães na beira da estrada (por aqui passam poucos carros, quase só os moradores), para os gatos dou num prato posto na parte de trás da casa onde os cães não entram, se não limpavam tudo.

 

Faz-se o que se pode por animais que não são nossos porque também tenho o meu. Um gato muito vadio, faça chuva ou sol nunca pára em casa, anda sempre atrás das gatas (coitadas), ele é pai de meio mundo e só não há por aqui gatos porque ele os expulsa a todos, come como um leão e tomara eu que ele fosse mais caseiro. Ao contrário dele, um dia encontrei uma das gatas, a mais meiguinha, a dormir em cima da cama da minha mãe, mas tudo no maior respeito, foi só em cima do edredão.

 

O que me inquieta é não saber o que leva as pessoas a abandonar os animais? É o tempo de férias? Vão viajar, ou para hotéis, casas alugadas que não permitem animais? Não há ninguém na família que possa tomar conta deles? Eu sei que os gatos requerem menos atenção porque são mais responsáveis pela sua manutenção, nem sequer é preciso levá-los a passear ou a fazer necessidades. Nas férias deixo uma das janelas de trás abertas para ele poder entrar, comer o que quiser e sair, para o treinar foi só apontar-lhe a saída uma vez e bastou. Quando quer vai até à minha tia, na casa da frente, para variar o menu ou dormir no sofá dela.

 

Custa-me aceitar  ser assim tão fácil deixar de gostar de repente do nosso animal a ponto de o abandonar tão levianamente. Ao adoptar estamos a aceitar um compromisso para a vida. Os bichinhos não são peluches, são muito fofinhos quando são pequeninos, mas depois crescem, vão fazendo asneiras, dão trabalho, requerem atenção, dão despesa em alimentação e vacinação, é preciso pensar a longo prazo se há condições para aceitar um novo membro na família. Eles não têm culpa da irresponsabilidade de alguns, na verdade o verdadeiro animal é quem abandona, eles nunca nos deixariam.