Dizem que é o dia da mulher, é um dia de luta
Hoje, no dia internacional da mulher, celebra-se mais do que o extraordinário ser humano que somos, enaltece-se a luta de dezenas de gerações que nos precedem. Tudo começou neste dia, no ano de 1857, quando um grupo de operárias têxteis em Nova Iorque fizeram greve. Reivindicavam principalmente redução da carga diária de trabalho (de 16 para 10 horas), igualdade salarial (as mulheres recebiam um terço do salário masculino pelas mesmas funções) e tratamento digno no local de trabalho. Reprimidas, as mulheres foram trancadas na fábrica incendiada, morreram 130 manifestantes. O acto desumano chocou e chamou a atenção para a luta dos direitos das mulheres. Como homenagem às vítimas da "greve do pão e das rosas", em 1975, a ONU estabeleceu o dia 8 de Março como o dia internacional da mulher.
Pensando na situação das mulheres actualmente algumas destas reivindicações ainda se encontram bem actuais. Ao longo do dia de hoje do que mais se irá falar não são de exemplos de mulheres que merecem ser celebradas, cientistas, políticas, escritoras, artistas, .... Esqueçam, vamos ouvir todo o tipo de estatísticas acerca do nosso género.
As mulheres constituem apenas 35% da força de trabalho global.
As mulheres ocupam 33% dos cargos de gestão, 26% cargos de gestores seniores e para 24% entre os gestores executivos.
As mulheres representam 22% dos lugares nos parlamentos.
As mulheres têm um salário 20% inferior ao dos homens.
1 em cada 3 mulheres sofrerá algum tipo de violência ao longo da vida.
Portugal é o terceiro país da União Europeia com maior desigualdade entre os géneros.
E esta lista diz respeito quase exclusivamente a questões do mundo ocidental. Ora no oriente antes de sequer pensarmos nas desigualdades temos de pensar na violência contra as mulheres, casamentos infantis forçados, violações que até levam à morte, mutilações genitais, tráfico se mulheres, a lista é ainda mais extensa.
Um conceito relativamente recente é o feminismo. Muitos pensam que este movimento é a masculinização feminina, a uma feminista não se pode abrir uma porta, deixá-la passar em primeiro, ceder um lugar sem levar um discurso de que é falta de respeito, uma mulher é perfeitamente capaz de descobrir como funciona uma maçaneta, a mulher é capaz de fazer tudo o que o homem faz. Dêem-nos um bocadinho de crédito, feminino é luta pelo direito à igualdade, política, económica, social, trabalhista. Se um homem luta pelos direitos do seu género, quer justiça. Quando é uma mulher, é uma feminista. Este pensamento completamente absurdo sim, é discriminação.
Ser mulher é ir à luta, sempre, sem desistir, porque ainda há muito para alcançar.