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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

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Um nobel para a música

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A notícia foi-me dada em tom humorado e eu não levei a sério. Ontem, quando fui para o laboratório depois do almoço soava uma música de fundo de Bob Dylan, diziam-me "estamos a ouvir o Nobel da literatura". Alguém é muito fã das letras das músicas, só pode, pensei eu. Afinal é mesmo verdade, "por ter criado novas expressões poéticas na tradição da canção americana" há um músico no restrito e conservador grupo que habitualmente constitui a lista de laureados, quanta ousadia.

 

Quando me falam de Bob Dylan lembro-me do filme "Mentes perigosas", com a Michele Pfeiffer, da mesma situação que a Catraia conta neste post, numa conversa entre duas personagens sobre qual o poeta favorito confundem-se Dylan Thomas com Bob Dylan. E o músico é mesmo encarado como poeta e uma das músicas serve de base para uma aula de literatura.

 

Conheço muito pouco acerca da obra para fazer quaisquer juízos quanto ao mérito da atribuição deste galardão. Mas isto deixa-me a pensar nesta nova perspetiva de fusão entre a literatura e a música. Todos os cantores são poetas, logo escritores, e portanto elegíveis ao prémio. A música é poesia, por vezes conta mais história e transmite mais sentimentos em poucas linhas do que em centenas de páginas, não há só melodia para ser escutada. O me deixa especular, se no futuro, um escritor tiver a sua poesia adaptada para música será também elegível a um Grammy?

 

O preço da cultura

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Eu gosto de ler. Nem sempre assim foi, o primeiro livro que li sem ser para fins escolares foi no nono ano, "Como água para chocolate" de Laura Esquivel, depois fui adquirindo o gosto. Agora nestes últimos anos só tenho comprado um por ano, em média, normalmente destinado a ler nas férias de verão. Isto não é por falta de tempo, é mesmo porque os livros são caros. Os mais baratinhos rondam os 12€, sem ter em consideração os descontos e promoções, chegam muito perto dos 20€ quando acabadinhos de sair. É caro para uma experiência que só sinto uma vez, nunca leio o mesmo livro de novo, as emoções nunca são as mesmas nem tão fortes quanto as originais. Para quê cultivar um gosto de que não posso sustentar o alimento? Sim há a opção dos e-books que são mais baratos que o livro, mas não é a mesma coisa,  nada substitui o papel. Leio blogues, notícias, revistas, tudo online, tamanha a minha necessidade de estar ao mesmo passo do acontecimento, mas livros são um caso à parte. Ao sentir as páginas a deslizar nos meus dedos estou completamente alheia à tecnologia, que nos dias de hoje é exactamente um dos muitos escapes que preciso. É tocar no único pedaço físico de uma história imaterial, é onde começa outro mundo. Um mundo só meu porque o construo à minha maneira, idealizo cenários, acções, dou cara, corpo e expressões corporais das personagens das histórias que leio. É uma luta entre a vontade de ler na diagonal desde o início da página, até ao final da seguinte, e a de saborear cada palavra e gravá-la na memória. Uma boa opção para ter acesso a livros grátis seriam as bibliotecas, mas infelizmente, na terrinha onde a minha casinha assenta as bibliotecas são poucas, e com pouca oferta (pelo menos deste século). A educação não passa só pela oferta das escolas, as bibliotecas educam a comunidade, sem olhar a quem ou quê. O que é preciso é haver uma maior predisposição a maximizar e aproveitar estes espaços. Depois dizem que os jovens são viciados na internet, também é uma janela para outro mundo, que serve a necessidade e lazer, sempre em constante mudança e, tendo tudo isso em conta, menos dispendiosa.