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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

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E pela Síria ninguém #prayfor

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Sempre haverá países de primeira e de segunda. Ninguém se interessa pelos sírios, excepto quando cruzam os nossos mares e chegam á Europa, aí são refugiados e vítimas, vindos de onde para trás só ficaram terroristas. Naturalmente somos mais sensíveis ao que nos está mais próximo, o que não é compreensível é apesar disso sermos indiferentes a uma tragédia semelhante por se passar onde a nossa vista já não alcança. 

 

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Um ataque aéreo dos EUA matou cerca de 70 civis sírios, entre os quais pelo menos 10 crianças. Os países ocidentais mascaram-se de desenvolvidos e democratas quando no fundo também não passam de terroristas. Depois a Europa pergunta-se que mal fez para sofrer tanto, são as represálias. Mas Deus nos livre de ousar pensar mal de quem apenas tenta acabar com a guerra dizimando os sírios. Igual tratamento está fora de questão, não hã hashtags nem filtros nas fotos de perfis das redes sócias em solidariedade com os civis sírios. O terrorismo não é um problema exclusivamente europeu, é mundial, com ações de parte a parte, sem fim à vista. Não vai acabar enquanto não se perceber que a guerra não é feita para alcançar a paz. 

 

 

Nem as modelos escapam

A Sara Sampaio está a desfrutar de umas férias de sonho, num destino paradisíaco e tem partilhado as fotos do seu descanso nas redes sociais. Adoro a Sara, para além de linda é muito inteligente, pé no chão e agora colhe os frutos do seu trabalho árduo, leva na bagagem o carinho, admiração e respeito de portugueses como eu. Um comentário não tão elogioso, acompanhado por uma resposta bem páh, dá direito aos portugueses em peso a apoiarem a modelo.

 

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Não acho que fosse um comentário maldoso ou em tom de critica, foi uma observação que constata um facto, para mim nem precisava do comentário da Sara. Ela assume-se confortável e segura de si mesma e isso chega. Tem as mamas pequenas, e daí se até eu tenho o triplo, mas só o rabo dela dá dez a zero ao meu corpo todo. É a ironia dela ter mamas pequenas e ser cara da mais famosa marca de lingerie do mundo, quase todas as outras modelos também são umas tábuas e estão lá. Independentemente das marcas que representam esse é apenas mais um requisito. Para além de que é raro uma mulher magra ter mamas grandes, no corpo geralmente tudo acompanha a mesma proporção. O que fazer quando se critica tanto o uso de photoshop por passar uma imagem irreal do corpo (mesmo quando sabemos que é tudo produzido) mas ao mesmo tempo se apontam falhas e defeitos a todos que já nem as modelos se safam. Devemos todas temer o uso do biquíni na praia este verão? É um favor ao restante universo feminino as modelos não serem consideradas perfeitas em tudo, são só humanas.

Desta vez o touro levou a melhor

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O país tem estado assoberbado com a vitória da seleção, o antes e depois ocupa todos os meios de comunicação e o coração de todos os portugueses. Não houve muito espaço para noticiar a morte do toureiro Víctor Barrio, aos 29 anos, neste sábado após ter sido colhido por um touro, em Teruel, na vizinha Espanha. Quem toureia sabe bem o risco que corre ao enfrentar um animal corpulento, este de 500 kg, com chifres pontiagudos, que atingiram mortalmente a aorta e um pulmão, pouco havia a ser feito, portanto. Vi o vídeo, achei demasiado chocante para reproduzir aqui, já chega estar muito acessível na internet.

 

Este caso foi não só amplamente noticiado pela morte de Víctor, transmitida em directo na televisão, como pelo acender a discussão pelos direitos dos animais. Sou completamente contra as touradas, não considero tradição, não se enquadro nos desportos, nem acho que seja um espectáculo ou forma de arte, porque nestes não se sacrifica o bem estar de qualquer ser vivo. Para mim é uma barbaridade, uma coisa tão primitiva que ainda não compreendo como consegue perdurar nos dias de hoje. Infligir sofrimento nos animais por entretenimento é apenas uma violenta demonstração de força, e violência não merece espectadores, torcida ou aplausos.

 

É triste, perdeu-se uma vida e a morte é sempre de lamentar, se as circunstâncias para muitos não são moralmente aceites não significa que se ache o desfecho merecido e justo. Muitos defensores dos animais encheram as redes sociais de insultos ao toureiro e à família, isto também é deplorável e condenável, quem respeita o sofrimento dos animais não deve ser hipócrita ao ignorar a dor e sofrimento dos que choram quem cedo parte.

 

Muitas vezes se argumenta que o animal está indefeso, este foi bem capaz de se defender, o que não iliba o único culpado, o Homem. Lorenzo é o touro assassino e manda o costume acabar com a linhagem, devendo-se abater a mãe. Na redes sociais surgiram logo campanhas para salvar a Lorenza, e impedir o ritual pela perpetuação do derrame de sangue, não tivesse a fêmea ter sido encaminhada para o matadouro antes da tourada. A nova polémica terminou ainda antes de começar, mas o assunto está por acabar. A discussão do tópico continua com a medida de forças dos lados opostos, enquanto a tauromaquia vai perdendo força e apoiantes mas continua a perdurar.

A moda das tatuagens ou as tatuagens da moda

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As tatuagens já há muito deixaram de ser um estereótipo dos que seguem a "má vida" das drogas ou cime nem dos que cometem um erro na rebeldia de adolescência, não são exclusivas dos motards, punks, rockeiros, ... É certo que há muitas profissões em que estas não podem estar à vista, mas acho que é mais por uma questão de uniformidade e padronização dentro dos moldes aceitáveis pela sociedade do que preconceito. Pelos mesmos motivos certas cores de cabelo também não são toleráveis. 

 

Em vários momentos da minha vida pensei fazer uma tatuagem, mas nunca tive coragem. Menos pelo lado da permanência e mais pela importância do significado do que poderia querer cravar para sempre na minha pele, quanto mais nos diz mais especial se torna. Não me incomodava ter a pele pintada, mas a escolha do quê matava-me. A preto e branco ou coloridas tudo depende do desenho, frase, símbolo. Pessoalmente não gosto das muito espaçosas, as tipo manga são para mim as piores, mas de vez em quando vejo umas grandes que são uma flecha no meu coração, depende, mas geralmente gosto mais de coisas simples e discretas. O importante não é que esteja visível para os outros à primeira vista, algumas vezes nem para nós, porque o importante é sabermos que lá está.

 

Acho que as piores coisas para tatuar são nomes dos pares (namorados, maridos), retratos (para isso existem as fotografias), também sei porque letra começa o meu nome e qual a minha data de aniversário por isso não preciso de o estampar, frases religiosas, terços e retratos de Cristo também deviam ficar de fora da lista, frases e palavras em idiomas em que não distinguimos sequer as letras é uma garantia certa para um erro de que nunca nos iremos dar conta.

Em relação ao sítio, há uns anos a moda ditava o fundo das costas, agora já não há imposições, todo o corpo é válido, atrás da orelha, pulso, tornozelo e pé para as tatuagens minimalistas, costelas, ancas, costas, braço e e pernas para as mais extravagantes.

Catching dreams, símbolo de infinito, ancoras, andorinhas, corações, as palavras love e yolo (a versão juvenil do Carpe Diem) , são as mais comuns entre as mulheres, e por muitas voltas que dê quem tenta explicar o significado pessoal que uma tatuagem destas possa ter a generalização já lhe sugou toda a essência.

 

 

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A actriz Judi Dench decidiu fazer a sua primeira tatuagem aos 81 anos. Se na juventude um dos problemas futuros é o aspecto da tatuagem na velhice a veterana resolveu bem o problema. O presente de aniversário da filha foi a inscrição no pulso da expressão em latim Carpe Diem (aproveita o dia). Também esta expressão é um grande cliché. Foi generalizada por um grande filme "O clube dos poetas mortos", quando um professor de literatura incentiva os alunos a aproveitarem a vida, vivendo-a e desfrutando-a ao máximo porque esta é breve e efémera. Esta foi a filosofia que retive desde sempre, mas quando estudei a forma como se enquadrava na poesia de Ricardo Reis, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, percebi que podia ser uma faca de dois gumes. A vida pode acabar tão repentinamente que há que a viver com moderação, não vale a pena cultivar grandes sentimentos nem relações ou criar apego a momentos. A partir daí nunca consegui desassociar Carpe Diem desta dicotomia, passou a ser uma máxima agridoce.

 

Este é um dos exemplos que me leva a acreditar que fazer uma tatuagem não é a moda, a moda é fazer uma tatuagem específica do que está em voga, copiar as de referência, mais veiculadas e aceites pelo maior número de pessoas. Perdeu-se a essência do porque fazer, só ficou o como.