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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

É o que dá ser gabarolas

A única coisa de que não me posso queixar no inverno é de problemas de saúde, das constipações às gripes que andam à solta nesta altura do ano nada me pega. Tenho um sistema imunitário quase à prova de bala. A garganta inflamada que para muitos é o presságio de semanas ou até meses de febre, antibióticos e dias de cama em mim traduz-se no nariz entupido ou a pingar e trios de espirros sucessivos (quase sempre espirro a triplicar). No máximo dos máximos estes sintomas desaparecem em duas semanas, e pronto estou aviada para o resto do ano, a minha constipação é isto. Seria de esperar pior, tendo em conta que até sou sensível ás mudanças de temperatura. Quando viajo entre Coimbra e o Porto fico com dor de garganta mas só durante a manhã do dia seguinte, à tarde já tendo passado facilmente me esqueço que tive alguma coisa. Este domingo, estava no sofá ao lado do outro onde o meu gato dormia, e ouvia a sua respiração profunda, com dificuldade, a ressonar levemente, aparentava estar de nariz entupido. Pensei, coitado, até o bicho sofre mais com o inverno do que eu.

 

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Claro que isto de quase não ficar doente é motivo de regozijo da minha parte. Gosto de despertar a inveja em quem me diz para ter cuidado porque está para chocar alguma e eu simplesmente irrelevo porque sei que não me afeta. Já perdi a conta ao número de vezes, este ano, que disse que nesta altura raramente ficava doente e nem previa ficar. Eu devia era ter estado calada. Já há dois anos que o inverno passava por mim sem deixar mazelas, este ano pronunciou-se. Toma lá que é para aprenderes! Quando cheguei a Coimbra estava muito bem, como sempre, ontem de manhã comecei a ficar com uma narina semi entupida, depois do almoço passei a compor sinfonias de espirros e a meio da tarde já snifava o pacote de lenços de menta que ia sendo esvaziado.

 

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Com muitas bebidas quentes, chá, café, cappuccino, pode ser que a coisa vá ao sítio e desapareça, como é típico, num ápice. Já aprendi a lição, não devo falar antes de tempo.

 

Um jantar de arromba

Ontem fui convidada para um jantar no qual os convidados pediram à anfitriã para postar em evento no Facebook, foi alegado que assim seria mais fácil de combinar (WHAT!?). Uma reunião tão informal de pessoas para o simples propósito de alimentação e convívio não exige estas condições. Não é requerido grande planeamento para um grupo de menos de uma dúzia de pessoas, todas a viver próximas e a encontrar-se frequentemente. Quanto muito o uso do telemóvel seria uma alternativa mais direta e rápida. Com as redes sociais já nada é o que era, até para comer é preciso complicar.

As diferentes construções da amizade

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Eu sempre soube que quando fosse pela primeira vez para a universidade ia sozinha, não estava à espera de encontrar sequer uma cara familiar, e assim foi. Tinha consciência de que a primeira semana seria a mais importante para começar a cimentar novas amizades na mesma situação que eu, pessoas sozinhas, longe de casa e perdidas. Não sei dizer ao certo como comecei, no ano de caloira, as amizades que tenho em Coimbra. Foi quase como coisa de crianças que se encontram frente a frente e depois de uns segundos decidem ser amigos e brincar juntos, às vezes ainda antes de saberem os nomes uns dos outros. Foi assim que tudo aconteceu, fluiu tudo tão naturalmente, o que é raro, porque há medida que crescemos vamos escolhendo o tipo de interações a ter com pessoas selecionadas quase a dedo. Se foram as circunstâncias, espírito académico ou simplesmente essência das pessoas nunca saberei. Sem querer entrar aqui em grande debate do assunto, em parte atribuo um bocadinho da culpa às praxes, porque digam o que disserem nada é melhor para aproximar os caloiros do que falar mal de quem nos manda pôr de quatro.

 

É claro que as amizades antigas não estavam perdidas. Quando passava os fins de semana na terrinha ia falando com amigos e colegas que encontrava ao acaso nos locais que frequentávamos habitualmente, trocávamos impressões de como estava a correr a nova vida. Com as minhas amigas mais próximas tínhamos a promessa explícita de nos irmos falando, mesmo que pouco, mesmo que ao longe. Era um compromisso feito com a melhor das intenções, cheio de vontade, mas a vida está sempre no meio dos nosso planos. Atarefados passamos a ir menos a casa, quando vamos é para repousar da semana e por vezes nem isso se consegue fazer tal o atulhamento de trabalho. Os amigos são vistos com menos frequência e perdemos o contacto simplesmente por força das circunstâncias. Muitas vezes surge o desejo de retomar o contacto, mas o constrangimento causado pela passagem de tempo impede-nos de tomar qualquer ação, mesmo que este sentimento impulsionado pela saudade seja mútuo. Os caminhos da vida alongam-se cada vez mais, ao percorrê-lo tornámo-nos noutras pessoas, há o medo de aqueles que outrora conhecemos não sejam mais os mesmos. De certa forma, esta constatação pode assombrar as nossas memórias mais felizes de momentos vividos em conjunto. A mim custa-me bastante arriscar no campo do retomar da amizade. Está na altura de me expor mais, acredito que à medida que avançamos na vida adulta se torne cada vez mais difícil fazer e manter amizades, por isso resta-nos conservar aquelas que ainda temos, mesmo que tenuamente. Este ano, logo no segundo dia de aulas, encontrei um amigo com o qual já não tinha contacto há alguns anos, a troca de palavras foi breve mas no mesmo registo de sempre, como se o tempo não tivesse interferido, não houve nenhuma estranheza, a amizade continua presente.  

 

Bêbada de sono, ou será da falta dele?

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Este blog tem estado negligenciado há algum tempo. Tenho uma nova rotina, a gestão das tarefas não começa por ser logo a melhor e demora sempre algum tempo a encaixar as roldanas todas, este espaço foi a peça que ficou de fora pelo funcionamento das restantes. As últimas semanas têm sido realmente exaustivas. Entre estudar aulas em português e completar com a bibliografia recomendada em inglês o meu cérebro entrou em curto circuito. Achei que seria bom manter-me afastada até deixar de precisar do Google para saber como se escreve "emissão".

 

Cheguei de rastos até ao fim-de-semana. A babar em cima do portátil na noite de sexta, já sem distinguir sonho e realidade entre uma piscadela e outra. Não deu para aguentar, quis fazer uma sesta. Há uns anos achava que isto era um desperdício de tempo, uma impossibilidade para mim dormir a meio da tarde ou noutra altura do dia por breves momentos só porque sim. Agora digo, na universidade é o salvador da saúde mental, 20 minutinhos chegam para me pôr nos trinques e sem moleza ao acordar. Pronto era só mesmo estes minutinhos que queria dormir, como nestes casos costumo ignorar o despertador do telemóvel e voltar a dormir pedi à minha mãe que me acordasse à hora marcada. Já devia saber que a minha mãe é muito incompetente neste trabalho quando me vê com olhos de asiáticos. Foi despertada duas horas depois, duas horas! Estava com um grogue de sono, num sonho meio lúcido a delirar.

 

 

Uma universitária à procura de casa

Na quinta feira fui a Coimbra com a minha mãe, a quem praticamente exigi presença, à procura de quarto para alugar no próximo ano letivo. Quis ir antes da invasão que se segue após os resultados das candidaturas para as licenciaturas e da segunda fase dos mestrados.

 

Pelo caminho, de duas horas de viagem até Coimbra, ouvi as notícias de tempo manhoso com chuviscos e orvalho para várias zonas do país, incluindo também a cidade dos estudantes. Mas quando cheguei, por volta das 10:30h, não havia sinal de chuva. Começamos logo por ir ao sítio da faculdade para a partir daí ir alargando na procura. Seguimos as ruas mais acima do meu departamento e andamos, andamos, andamos e nada, para nosso azar começou a chover, aquela chuva de que eu não sentia falta nenhuma, frequente, em abundância mas em pingos finos (daqueles facilmente levados pelo vento) que demoram até despejar as nuvens. A hora do almoço aproximava-se, o tempo escaçeava e eu estava cada vez mais preocupada em não arranjar casa, em que buracos se enfiavam tantos estudantes.

 

Enfardei uma pizza ao almoço que lá me deu animo e um novo folêgo. Bora para as ruas que dão acesso à Praça da República. Os anúncios de aluguer começavam a aparecer nas janelas como o musgo nas árvores. Por volta das 17h, com a minha mãe quase a desfalecer, tinha à escolha duas casas. A primeira era nova, tinha sido recentemente mobilada, pequenina, e sem despesas incluidas, a partilhar com duas raparigas. A segunda era mais velha, o preço incluia despesas e mesmo assim era mais barata que a outra, era ligeiramente mais perto. O fogão era pequeno, mas for isso o maior senão é que a senhoria vivia na casa, os dois andares não tinham divisão, a entrada era comum. Ora pensei eu, para uma senhora já com uma certa idade (sessenta e picos, talvez) viver numa rua tão cheia de bares e discotecas, que teve no ano anterior todos os quartos alugados não deve ser assim tão chata, e lá me decidi por esta última casa.

 

Objetivo cumprido, antes de voltar a apanhar o último expresso para casa, das 18:30h, ainda deu tempo de parar pela Nut e deliciarmonos com um nutkebab (basicsamente um crepe com nutela, gelado de avelã, raspas de chocolate e toping de chocolate, uma receita a incluir em qualquer dieta ter um corpo de verão).

 

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Na sexta feira é que a coisa deu para o torto. A minha mãe sempre com uma intuição apurada ligou para a senhoria, para nossa surpresa a senhoria vive com o marido, nós sempre assumimos que fosse viúva. Alto e pára o baile, dividir a casa com um homem estranho NEM pensar, porque quem nunca se esqueceu de nada no caminho quarto - casa de banho e andou de um lado para o outro em trajes menores, hã.

 

Lá estava eu outra vez sem casa, voltar a Coimbra tão cedo estava fora de questão. Mas depois lembrou a minha mãe, havia um quarto para alugar no apartamento ao lado do outro entre o qual pensei escolher, mas quando lá estive a senhoria não estava e não vi a casa. Durante o fim-de-semana a senhora enviou-me fotos recentes, algumas dúvidas foram respondidas e eu fiquei agradada, era perto, relativamente novo e muito mais barato (a senhoria não passava recibo). Na segunda feira tomei a decisão e tratei dos promenores e ontem fiz o pagamento do aluguer do mês de Setembro. Sinceramente se tivesse visto a casa antes teria-me decidido por esta, no final tudo correu pelo melhor.

 

RIP disco rígido

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Tem sido uma semana difícil, o meu portátil avariou, ao ligar aparecia uma mensagem de erro e não iniciava. Foi para reparar, o diagnóstico foi um disco rígido em fase terminal, um transplante vem a caminho, ainda sem data prevista. Tinha uma cópia do mais importante, coisas da universidade e a maioria das minhas fotos, mas o resto ficou por salvar, acabando por me deixar em agonia, não tenho muita esperança de conseguir recuperar o que lá ficou. Eu não aprendo mesmo com os erros informáticos, já tinha passado pelo mesmo stress com o tablet. Enquanto isso sobrevivo com ele, mas não é a mesma coisa, satisfaz as minhas necessidades mais básicas de internet, mas não a de blogar. Não é tão prático para mim fazer um post aqui, por isso tenho andado afastada. Não sei quando voltarei a todo o gás.

Demasiado cedo

Ontem casou-se uma colega minha dos tempos de escola, tem a minha idade, 22 anos. Foi a minha avó que me deu a notícia através da rede vizinhança (funciona á velocidade da fibra óptica). Não sinto que seja o início daquela fase na vida de todas as mulheres em que toda a gente que conhecem lhes pergunta quando vão casar, ainda estou muito longe disso. A grande diferença entre nós é que eu ainda estudo, ainda me estou a tornar em quem quero ser. Vou começar em setembro um mestrado, ela começou uma família. Por mais velhos que sejam alguns dos meus colegas universitários estão bem longe do altar. Nesta altura ainda não temos uma vida estável para avançar para um nível que não se centre só em nós próprios. Essa rapariga não tem um curso superior, tem um curso profissional, trabalha com crianças e idosos, também já foi caixa num supermercado. Nunca saiu muito do lugar onde crescemos e não acredito que o futuro também saia muito desta esfera, já eu não sei para onde a vida me pode levar. O casamento é o tipo de argumento que vão usar quando eu me estiver a comportar como uma criança. Sim, porque apesar da idade e de cumprir bem as responsabilidades que cada vez mais tenho ainda me sinto como uma adolescente, ás vezes tenho de me mentalizar que não tenho 17 anos... ou menos. Ontem na festa aqui da terrinha até comi um algodão doce e fui galanteada por um rapaz dessa idade.