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Saidinha da casca

O blog pessoal de uma aprendiz da vida. Espaço de partilha de devaneios, teorias sensacionalistas, gostos, ideias, curiosidades e opiniões pertinentes sobre tudo, nada e mais um pouco.

Saidinha da casca

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E pela Síria ninguém #prayfor

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Sempre haverá países de primeira e de segunda. Ninguém se interessa pelos sírios, excepto quando cruzam os nossos mares e chegam á Europa, aí são refugiados e vítimas, vindos de onde para trás só ficaram terroristas. Naturalmente somos mais sensíveis ao que nos está mais próximo, o que não é compreensível é apesar disso sermos indiferentes a uma tragédia semelhante por se passar onde a nossa vista já não alcança. 

 

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Um ataque aéreo dos EUA matou cerca de 70 civis sírios, entre os quais pelo menos 10 crianças. Os países ocidentais mascaram-se de desenvolvidos e democratas quando no fundo também não passam de terroristas. Depois a Europa pergunta-se que mal fez para sofrer tanto, são as represálias. Mas Deus nos livre de ousar pensar mal de quem apenas tenta acabar com a guerra dizimando os sírios. Igual tratamento está fora de questão, não hã hashtags nem filtros nas fotos de perfis das redes sócias em solidariedade com os civis sírios. O terrorismo não é um problema exclusivamente europeu, é mundial, com ações de parte a parte, sem fim à vista. Não vai acabar enquanto não se perceber que a guerra não é feita para alcançar a paz. 

 

 

#PrayforNice

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Em França, o Dia da Bastilha, o principal feriado que comemora o maior marco da revolução francesa, acabou num banho de sangue. O país foi vítima de mais um ataque terrorista, desta vez em Nice. Enquanto a população assistia ao fogo de artifício um camião, carregado de armas e explosivos, avançou sobre a multidão varrendo tudo à sua frente e disparando tiros. O condutor suicida era natural da cidade, de origem tunisina foi abatido. Há cerca de 80 mortos e dezenas de feridos, entre as vítimas estavam muitas crianças. Uma das imagens que certamente marcarão o ataque é a foto de um corpo de uma criança devidamente coberto, com um nenuco ao seu lado.

 

Infelizmente não é raro e já muito se tem escrito e debatido o terrorismo na Europa, principalmente na França, o país mais sacrificado. Não creio que haja muito mais a acrescentar, menciono o assunto para lamentar o ocorrido, condenar estas ações e do pouco que serve mostrar solidariedade para com todos os afetados e os que estão a sofrer. A triste realidade é que somos impotentes para fazer algo e tudo o que podemos dizer vai perdendo o sentido. Os golpes são sucessivamente desferidos ainda com as feridas abertas, a cura não é possível, apenas vai dando para sobreviver.  Ontem o país não dormiu e o mundo que na ignorância dormia deparou-se com mais uma história de horror. A partir de agora este dia será mais para recordar o luto desta madrugada do que celebrar. A França é forte e continua de pé, mesmo que não se perceba muito bem como.

 

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#PrayforBrussels

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 O estado islâmico está a travar uma guerra silenciosa contra o mundo livre e não há nada que possamos fazer para nos salvaguardarmos. Ainda há menos de cinco meses o mundo assistia ao horror em Paris, agora em Bruxelas. Ainda estou em choque. De nada vale formular teorias, ideias, pensamentos, o acto de matar indiscriminadamente, a frio é demasiado inconcebível para a maior parte da população, não adianta racionalizar. O "porquê?" é uma pergunta retórica.

Será que de cada vez que nos virmos no meio de multidões estaremos com o alvo nas costas, seremos mais uma unidade a acrescentar a um número, em vez de seres humanos com valor individual. Não poderemos sequer sair à rua sem temer pela vida. O mundo de hoje aparenta uma segurança apertadíssima mas não passa disso, aparências. Fazemos o melhor que podemos para nos convencermos que vivemos num mundo seguro, porque não podemos prever o impensável. Apenas nos resta recolhermo-nos ao sofrimento, e somos solidários com quem está a lamber as feridas. 

 

 

#PrayforParis

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As notícias da tragédia começaram a chegar sexta-feira à noite a prometer mais horror pela noite dentro. As pessoas estão descontraidamente a desfrutar de um concerto ou a relaxar num jantar com amigos ou numa saída para tomar uns copos com amigos e de repente, no meio do caos, muitas delas têm de lutar pela vida. Apenas 10 meses após o ataque terrorista ao jornal satírico Charles Hebdo a França volta a estar de luto. É assustador pensar que já não há segurança fora das quatro paredes das nossas casas. A qualquer momento podemos tornar-nos vítimas de guerras cujas circunstâncias são completamente alheias a nós.

 

Rapidamente começam a surgir comentários xenofóbicos em relação aos refugiados sírios. Por toda a Internet, incluindo em Portugal a hashtag #FechaAsFronteirasPortugal chegou ao top do Twitter, há quem use em apoio e há que muito bem a mencione para realçar a ignorância e estupidez de alguns portugueses. Se ocupassem o seu tempo a teclar as suas condolências à França e aos familiares e amigos era tempo mais bem gasto. Sim, foi encontrado um passaporte junto ao corpo de um dos terroristas, mas ninguém garante que este homem sem escrúpulos não usou deste disfarce para passar despercebido nas fronteiras e cometer estes actos hediondos. Entre os suicidas estava um francês, qual era a desculpa para as suas motivações. O que as pessoas têm de perceber é que nem todos os devotos do islamismo são extremistas. Quando estive em Erasmus conheci muitos turcos melhores do que muitos portugueses, pessoas muito simpáticas, amáveis, generosas, boas de coração. Uns mais devotos que outros, é claro. Duas das raparigas estavam muito gratas (não deveria ser esse o sentimento, penso eu) por respeitarmos a sua religião, por eu e a minha amiga sermos das poucas pessoas que falavam e eram amigas das raparigas de burka.

 

 Não é só a Síria que está debaixo de fogo, está visto que a guerra chegou à Europa. A guerra há muito deixou de ser uma situação irreal quando nos começa a bater à porta. Quando o Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques terroristas apelou claramente a quem não pudesse combater no sue país para continuar a participar nestas ações hediondas por toda a França. Tenho a certeza que estaremos mais vezes em solidariedade com o país.